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O consumo de energia elétrica no Brasil atingiu 46.407 GWh em novembro desse ano, alta de 8,5% em comparação com o mesmo período de 2022 e pelo segundo mês consecutivo a maior demanda de toda a série histórica compilada pela Empresa de Pesquisa Energética que vem desde 2004. Assim como em outubro, impulsionado pelas ondas de calor, o último boletim mostra as classes residencial e comercial registraram taxas de expansão de dois dígitos. O consumo industrial também avança e contribui para a alta. No acumulado em 12 meses, 527.073 GWh representam alta de 7,5%.
Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre respondeu por 39,8% do volume no mês, registrando crescimento de 9% no consumo e de 22,0% no número de consumidores. Já o mercado regulado atendeu a 60,2%, crescendo 8,1%, enquanto o número de unidades consumidoras subiu 2,3% no período.
Na indústria o incremento de 3,7% é a maior taxa dos últimos 24 meses. O Nordeste subiu 10,2%, seguido por Centro-Oeste (5,6%), Sul (4%) e Sudeste (2,8%). Apenas o Norte apresentou retração, de 2,6%. Nos setores monitorados, 31 dos 37 elevaram suas demandas, com destaque para metalurgia impulsionada pela cadeia do alumínio primário, mas com contribuição também da produção siderúrgica, que volta a crescer em novembro após longo período em redução.
A fabricação de produtos alimentícios contou com o bom momento do setor agrícola e do aumento das exportações, principalmente de carne bovina, açúcares e melaços e farelos de soja. O levantamento também aponta extração de minerais metálicos, papel e celulose, borracha e material plástico ampliando seus consumos acima da média histórica do segmento.
Nas residências, o aumento de 14,2% é maior já registrado desde o início da série histórica da EPE em 2004, impactado pelo uso de aparelhos de climatização em função do calor e do clima mais seco em grande parte do território nacional. Adicionalmente, a expansão do número de consumidores residenciais também favoreceu o resultado, como aqueles puxados pela retomada do Programa Luz para Todos.
Todas as regiões registraram escalada do consumo em novembro na comparação interanual, com liderança do Centro-Oeste e Norte. Entre os estados, destaque para Amapá (106,8%), Goiás (31,5%), Roraima (28%), Mato Grosso (27,8%), Amazonas (26,5%), Mato Grosso do Sul (25,7%), Rondônia (25,3%), Minas Gerais (23,6%), Piauí (23,4%) e Tocantins (20,2%).
Na classe comercial a demanda cresceu 11,2%, batendo recorde após o quinto mês consecutivo com temperaturas acima da média histórica. O segmento também foi impulsionado pelo aumento das vendas do setor de veículos e motos, partes e peças; material de construção e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo. Entre as localidades destaque para o Sudeste e Norte do país.